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No início de agosto, o monitoramento de fauna dos agentes ambientais através de equipamentos fotográficos cedidos em parceria do Projeto Animal do Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ), registrou, no Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença, no Sul Fluminense, o reaparecimento do Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), espécie símbolo da unidade de conservação, que não era registrada na região há mais de uma década, tornando o momento especialmente marcante.

O Gavião-pega-macaco é uma ave de rapina rara e imponente, considerada uma das maiores águias florestais do Brasil. Forte e incomum, habita áreas de mata próximas a rios e demonstra maior tolerância a pequenas perturbações ambientais quando comparada a outras espécies de águias mais sensíveis, como o Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) e o Uiraçu (Morphnus guianensis). “Esse avistamento reforça a importância da preservação da Mata Atlântica e da biodiversidade da nossa região. Com quase seis mil hectares protegidos, essa unidade de conservação desempenha papel fundamental na manutenção dos corredores ecológicos e dos recursos hídricos, garantindo que espécies emblemáticas como o Gavião-pega-macaco continuem a habitar esses espaços”, destaca o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

Seis espécies de felinos silvestres também são avistadas pela primeira vez no Parque Estadual da Serra da Concórdia

Também no Parque Estadual da Serra da Concórdia, entre julho e agosto deste ano, armadilhas fotográficas do Projeto Animal do Inea-RJ captaram imagens de seis felinos percorrendo as trilhas da unidade de conservação:  onça-pintada (Panthera onca),  onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), gato-maracajá (Leopardus wiedii) e um  gato-do-mato-pequeno  (Leopardus guttulus).

Os equipamentos que capturam as imagens são camuflados e ativados à distância, permitindo o registro de imagens em alta resolução, auxiliando a equipe da unidade de conservação no monitoramento da fauna para fins de pesquisa e atividades de educação ambiental.

Desses seis felinos, cinco são ameaçados de extinção: a onça-pintada é considerada "Criticamente em perigo" na lista de espécies ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro. Nessa mesma lista, a onça parda e o gato maracajá constam como "Vulneráveis". Já o gato-do-mato-pequeno e o jaguarundi estão listados como "vulneráveis" na lista nacional do Ministério do Meio Ambiente.

Sobre o Parque Estadual da Serra da Concórdia

Com 5.952, 58 hectares de área de Mata Atlântica, o Parque Estadual da Serra da Concórdia abrange partes dos municípios de Valença e de Barra do Piraí. A unidade de conservação foi criada com o objetivo de assegurar a preservação de remanescentes de Mata Atlântica, dos rios da região e integrar corredores ecológicos que assegurem a preservação da diversidade biológica local.

Dentre os objetivos de sua criação estão: preservar espécies da flora e da fauna endêmicas ou ameaçadas de extinção; integrar corredores ecológicos visando assegurar a preservação da diversidade biológica, além de proteger os recursos hídricos da região.

FOTO/CAPA/divulgação - Inea-RJ