Política e Direito

Eu vi no debate Band para o governo do Rio
Não vou me prender ao histórico dos candidatos e nem aos partidos, procurarei focar no que vi no debate, embora vez ou outra traga o passado à tona, mas a questão central serão as propostas ou a falta delas. Senão vejamos;
Romário foi o Romário do fim de carreira no futebol, passou 90 minutos fingindo-se de morto, mas fez um golaço quando lembrou a petista que era negro quando Márcia Tiburi insistia em dizer que ali não existiam negros. Entretanto, mostrou-se inseguro, sonolento e sem nada para propor;
Márcia Tiburi filosofou, viajou e não apresentou nada de concreto. Falou do golpismo, mas esqueceu-se de falar que o PT do Rio é co-responsável pela situação do estado, pois foi aliado de Cabral e Pezão até ontem. Era melhor que o partido não tivesse candidato do que apresentar uma candidatura tão inexpressiva e que não dialoga com nenhum segmento da sociedade e tão pouco faz uma autocrítica tão necessária ao PT mas que não acontece;
Índio da Costa quer enganar quem? Com um longo e enfadonho discurso não se comprometeu, repetiu o senso comum e tentou esconder que foi secretário do Cabral, Paes e até ontem do Crivella. Se prende na lei ficha limpa que gosta de dizer que foi sua invenção, mas qualquer pessoa consegue perceber sua profundidade de um pires. Destaco o momento Bolsonaro quando disse que se Governador aquele que portar um fuzil será abatido por sua ordem, repetindo a fala de bandido bom é bandido morto, mesmo que tal autorização não seja atributo do cargo de governador;
Pedro Fernandes se esforçou para parecer bom moço, estudado e competente. Mostrou até um certo conhecimento, pelo menos teórico de administração pública, caiu em alguns momentos na cartilha do candidato perfeito e até se esforçou para isso seguindo o modelo de político tradicional, mas confesso que me despertou curiosidade, até então nunca tinha ouvido falar do moço;
Wilson ex Juiz Federal é uma espécie de Bolsonaro com diploma e patente mais baixa, já que declarou ter sido Tenente do corpo de fuzileiros naval. Claramente surfa na onda conservadora que assola o país, se apresenta como cidadão de bem e vomita as mesmas coisas, nada de concreto e chato que foi difícil prestar atenção no discurso;
Tarcísio Motta apresentou as melhores e mais concretas propostas. Se porta de forma irrepreensível, sabe cutucar, e sarcástico mas sem perder o tom. Esteve bem no debate, e assim como na eleição anterior vai crescer. Chegou a ser indicado como candidato do PSOL para Presidência;
Garotinho é um comunicador nato, sabe se vender, faz parecer que no seu governo e de sua esposa o Rio era o paraíso. Parece o cara mais honesto e competente, único capaz de arrumar o caos que estamos. Pior que se deixar ele falar, o cara convence mesmo. Foi um destaque à parte e sua presença torna qualquer debate interessante;
Eduardo Paes tentou se livrar dos escândalos de corrupção e caos no estado. Mas assim como Garotinho se deixar que fale convence qualquer um ser o único capaz de arrumar a casa. Tem resposta na ponta da língua para tudo, inclusive para os ataques que sofreu. Portou-se como se fosse excelente administrador e realizador de obras importantes para cidade, mesmo que sejam objetos de investigação de superfaturamento;
CONCLUSÃO
Temos uma vaga e três nomes fortes, Romário, Paes e Garotinho. Tarcísio se tivesse musculatura, tempo e dinheiro ameaçaria quebrar essa trinca, aliás, acho inclusive que se seu partido não fosse tão perseguido ou ele estivesse em outra sigla teria alguma chance de ir ao segundo turno.
No fundo, acredito mesmo que o duelo se dará entre Paes e Garotinho, Romário será cortado como na Copa de 1998.
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