Image
Image
Terça, 23 Abril 2024

P Política e Direito

A negação da política

Cada vez mais comum nas rodas de conversas encontrarmos pessoas dispostas não votar. É mais comum do que se pensa ouvir “prefiro pagar multa a votar”. Assim, a quantidade de votos nulos, brancos e abstenções chegam muitas vezes a apresentar números superiores à votação do candidato eleito.

Tomemos por exemplo o Prefeito do Rio. Crivella recebeu 1.700.030 votos, enquanto a soma de eleitores que votou branco ou nulo com os que não foram às urnas chegou a 2.034.352. No total, o Rio tem 4.898.044 cidadãos habilitados a votar.

Esse mesmo prefeito ausentou-se da cidade durante o carnaval, época em que o Rio recebe a maior quantidade de turistas. Também não estava presente por ocasião das enchentes. E, agora no chamado choque de ordem, junto com intervenção militar mandou demolir o ganha pão de diversas pessoas da Vila Kenedy.

Nesse momento a pergunta que me faço é: quantos cariocas não deixaram de ir às urnas e tiveram suas vidas afetadas pelo prefeito mais ausente que a cidade já teve?

Ao negarmos a politica estamos sujeitos cada vez mais ao pior tipo de político: aquele que diz que não é político. Entretanto, faz alianças, recebe dinheiro público, se compromete com setores economicamente organizados e que quando eleito irá (AFETAR?) influir diretamente na vida de todos, tanto daqueles que votaram quanto dos que não votaram.

(COMO SE NÃO BASTASSE TUDO ISSO...) A negação da política traz um mal ainda maior. Os políticos que pautam seus discursos no ódio e que sem propostas concretas, apenas baseiam suas opiniões no senso comum, ou seja, falam o que eleitor quer ouvir.

Da negação da política nascem, por exemplo, candidatos como Dória. Com discurso de empresário bem sucedido, aliou-se às oligarquias tucanas de São Paulo - partido que tem praticamente todas suas lideranças envolvidas em escândalos, inclusive no desvio de merenda escolar.

Bolsonaro é um fenômeno à parte. Tanto ele quanto seus filhos enriqueceram à custa da politica, e mesmo assim se dizem diferentes. E, até outro dia eram praticamente desconhecidos. Entretanto, diante de tantos descalabros de políticos tanto da direita quanto da esquerda conseguiram alçar ares maiores.

Além do discurso anticorrupção, a Família Bolsonaro apropriou-se do senso comum e principalmente do falso moralismo tão presente nos “pseudo-conservadores”. Quando questionado em qualquer outro assunto que não seja suas bravatas, recorre ao subterfúgio de que sua equipe irá responder por ele.

Ao olharmos para políticos como Bolsonaro e Dória, percebemos que além do discurso de negação da política, os eleitores enxergam no Militar “Ordem” e no Empresário “Progresso”. Porém, a eleição do Crivella que prometia cuidar das pessoas mostrou que nem sempre o destinatário desses políticos são aqueles que mais precisam de políticas públicas como saúde, e educação de qualidade.

A grande questão é para quem governam e como nossas omissões impactam diretamente na vida de todos. Independente de quem vota ou de quem não vota.

1000 Caracteres remanescentes


fabricio-itaborai-grande.jpg

Fabrício Itaboraí

Fabrício Itaborai Ferreira é formado em Direito e Advogado desde 2003, especialista em Direito Processual Penal. Militante dos Direitos humanos e defensor das Garantias Constitucionais. Vascaíno de Coração, e estudante de História e Filosofia. Ainda acredita nas Instituições e enxerga no brasileiro a maior riqueza natural do País.

Mais Acessadas

Boletim Eletrônico

Cadastre-se e fique sempre por dentro das notícias!.

Fundado em 28 de fevereiro de 2018.
Editor/Fundador: Jeff Castro

Opinião:
Jeff Castro - Trocando em Miúdos



 

balao 02

(24) 99295-7576
contato@papagoiaba.com