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Sábado, 18 Mai 2024

O Opinião

EDITORIAL – Os sinais precursores na Companhia Siderúrgica Nacional

Todos os grandes acidentes registrados em plantas industriais possuem históricos de falhas, incidentes e pequenos acidentes repetitivos, que não foram observados atentamente como potencialmente perigosos.

Os operários, que vivem o cotidiano das plantas industriais, reconhecem os sinais precursores, porém, muitas das vezes se calam, principalmente, quando suas carreiras no setor industrial estão expostas às incertezas dos cortes em tempos de crises econômicas.

É justamente nesses casos, que se tornam imprescindíveis as ações dos sindicalistas, que precisam mapear e discutir os sinais precursores com os gerentes e diretores das plantas industriais.

Identificar estado degradado em equipamentos e dispositivos técnicos é importante em qualquer ação preventiva ou até corretiva adotada em tempo hábil para evitar grandes acidentes.

Sem intenção de alarmar ou ousar qualquer profecia indesejada, o Papagoiaba, alerta, sobre o histórico de falhas, incidentes e pequenos acidentes repetitivos na planta industrial da Usina Presidente Getúlio Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que fica encravada no coração de Volta Redonda, a Cidade do Aço.

Desde o final de 2015, quando a CSN iniciou uma grande redução no quadro de funcionários com o agravamento da crise no setor de aço, os sinais precursores estão presentes na planta industrial da Usina Presidente Getúlio Vargas.

Em março de 2016 quatro funcionários morreram em um incêndio no setor de zincagem.

Em agosto do mesmo ano quatro trabalhadores da empresa terceirizada RIP Serviços Industriais foram intoxicados por vazamento de gás no setor de aciaria.

Cerca de 30 dias depois dois trabalhadores da terceirizada CBSI realizavam manutenção na unidade de armazenamento e ficaram presos em um silo no setor do alto-forno.

No dia 27 de março deste ano, operários e moradores voltaram a se assustar com uma explosão no setor de aciaria, que imediatamente espalhou uma fumaça preta no céu da Cidade do Aço.

Na noite de ontem – segunda-feira, 16 – o som ensurdecedor emitido no setor do Alto-Forno 3, de onde se desprendiam labaredas de fogo e faíscas semelhantes às estrelas cadentes, deixou novamente em pânico os operários e moradores, que de vários pontos da Cidade do Aço registraram vídeos e fotografias daquilo que parecia ser uma contagem regressiva de uma grande explosão.

A explicação da direção da CSN foi a mais simples possível: não houve vítimas e o acidente foi provocado por falha mecânica em um dos quatro regeneradores do Alto-Forno 3.

Segundo nota da empresa a previsão era de que tudo seria solucionado em questão de horas, quando a operação no setor seria normalizada.

Com uma dívida total de R$ 29 bilhões e cerca de R$ 4 bilhões em caixa, a empresa anunciou em fevereiro a adoção de medidas econômicas para 2018 como a venda de ativos e ações de outras indústrias com participação do grupo CSN, que é presidido pelo banqueiro de investimentos Benjamin Steinbruch.

Também no início deste ano a empresa negociou o adiamento das parcelas das dívidas com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que totalizam R$ 16 bilhões.

Compreender os sinais precursores tem como objetivo evitar investigações sobre possíveis grandes culpados.

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