Opinião | Papagoiaba

Jornalistas de pequenos veículos são invisíveis para autoridades brasileiras
Neste domingo, 3, foi comemorado o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que não é somente um direito dos profissionais de imprensa que atuam nos grandes veículos de Comunicação.
A verdade nua e crua é que os profissionais dos veículos pequenos são as grandes vítimas das agressões, assassinatos, ataques e até dos cerceamentos de direitos nos tribunais brasileiros.
Em 2012 a ong internacional Artigo 19 publicou o primeiro estudo da sobre a Liberdade de Imprensa no Brasil.
O Editor do JBP Papagoiaba, jornalista Jeff Castro, participou do estudo da ong Artigo 19, que foi publicado em seu antigo blog, em 2013.
Vejam os números da violência contra jornalistas de 2012 a 2018 publicados pela ong internacional Artigo 19.
AGRESSÕES AOS JORNALISTAS
FOTOS/reproduções - Manifestantes da direita e da esquerda agredindo Jornalistas.
Incentivando o que ocorreu neste domingo, 03, em Brasília (DF), quando manifestantes em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) agrediram o repórter fotográfico do jornal O Estado de São Paulo, no dia 10 de maio de 2016, participantes do protesto realizado contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) agrediram jornalistas que faziam cobertura da manifestação no Centro de Vitória (ES). Também em 2016, no desfile de 7 de setembro, em Brasília, manifestantes da esquerda agrediram os repórteres do UOL, Leandro Prazeres e Kleyton Amorim, que cobriam ato público contra Temer.
JORNALISTAS DE PEQUENOS VEÍCULOS SÃO INVISÍVEIS PARA AUTORIDADES BRASILEIRAS
FOTOS/reproduções - Pedro Palma, Mário Randolfo e Maria Aparecida.
No dia 13 de fevereiro de 2013, o jornalista Pedro Miguel Palma, de 47 anos, proprietário do jornal Panorama Regional, foi assassinado a tiros na cidade de Miguel Pereira.
Um ano antes, em 16 de janeiro de 2012, o jornalista Mário Randolfo, de 48 anos, e sua namorada Maria Aparecida Guimarães, de 47 anos, foram executados a tiros em Barra do Piraí.
Os executores e prováveis mandantes das execuções nunca foram encontrados pelas investigações perdidas nas gavetas empoeiradas das delegacias de Polícia Civil.
No dia 17 de maio de 2003, o Editor do JBP Papagoiaba, jornalista Jeff Castro, foi vítima de um “acidente” com sua motocicleta na estrada entre Vassouras e Mendes (RJ-127).
FOTOS/arquivos
Apesar da carta ameaçadora recebida no dia 22 de maio de 2003 pelo jornalista Jeff Castro, que naquele dia estava internado na Santa Casa de Barra do Piraí, para onde a carta foi enviada, e também do registro de ocorrência feito pelo jornalista na 88ª Delegacia de Polícia Civil sobre ameaças de morte que vinha sofrendo, nenhuma investigação foi iniciada para apurar os possíveis executores e mandantes do atentado informado na carta.
A grande realidade é que se as autoridades brasileiras não se importam com as matérias dos jornalistas dos pequenos veículos de Comunicação, porque se importariam quando eles são agredidos ou executados por causa do trabalho que desenvolvem?
Providências são adotadas somente quando a grande mídia aponta holofotes, lentes e câmeras para as autoridades brasileiras.
PELA LIBERDADE DE IMPRENSA!
“Durante o primeiro ano de dominação fascista, 1922-23, tinham-se pilhado e incendiado as oficinas e redações dos jornais de oposição. Redatores e correspondentes foram agredidos, feridos, banidos. Edições inteiras de jornais foram incendiadas ao sair das oficinas, ou à sua chegada nas estações de estrada de ferro. Os vendedores eram ameaçados e agredidos e suas bancas incendiadas. De vez em quando os dirigentes provinciais sequestravam edições inteiras dos jornais. Mas as velhas leis que garantiam a liberdade de imprensa continuavam oficialmente em vigor, e os confiantes continuavam a esperar que estes atos ilegais e inconstitucionais cessariam um dia, e que a liberdade de imprensa se instauraria de novo.” - Gaetano Salvemini, La Terreur Fasciste, Paris, 1930. págs 238-247” (Pela Liberdade de Imprensa – Afonso Arinos de Melo Franco - página 43)
CHARGE/CAPA/Jeff Castro
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