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Investigada desde 2015 pelo Ministério Público Estadual, a obra do Hospital Regional do Médio Paraíba Dra. Zilda Arns Neumann, localizado no bairro Roma, em Volta Redonda, possui na lista de suspeitas, contratação de empresas sem licitação e ausência de prestação de contas sobre os valores investidos.

Inaugurado nesta quinta-feira, 29, o Hospital Regional Doutora Zilda Arns inicia suas atividades sem consultas abertas ao público e sem atendimentos de urgências médicas mesmo estando localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, onde acidentes são registrados diariamente.

Instalado em uma área de terra com 54 mil m2, o prédio, que terá apenas 20% de ocupação em seus 26,4 mil m2, conta com 229 leitos; 47 unidades de tratamento intensivo; 50 unidades intermediárias; centro cirúrgico com 6 salas para as cirurgias de alta complexidade; ambulatórios com 10 consultórios e mais salas para pequenas cirurgias e exames.

Construído pelo Cismepa (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba), o Hospital Regional Doutora Zilda Arns poderá se transformar em uma grande dor de cabeça para o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva (PODEMOS), que certamente terá que contornar bloqueios de verbas federais se as contas sobre os convênios no valor de R$ 24,4 milhões firmados pelo ex-prefeito Antônio Francisco Neto com o Governo do Estado para a obra não forem aprovadas pelos órgãos fiscalizadores.

Segundo o prefeito Samuca Silva, apesar de o município de Volta Redonda não ter qualquer responsabilidade na manutenção do Hospital Regional Doutora Zilda Arns, o aporte de R$ 1,3 milhão da Prefeitura de Volta Redonda foi fundamental para o início de suas atividades.

Ainda sem credenciamento do Ministério da Saúde para receber recursos do SUS (Sistema Único de Saúde), o Hospital Regional Doutora Zilda Arns será administrado por uma OS (Organização Social) com o custo inicial mensal de R$ 3,5 milhões ao Cismepa, que é formado pelos municípios de Piraí, Barra do Piraí, Volta Redonda, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Valença e Rio das Flores.

A inviabilidade do hospital é flagrante quando se percebe, como exemplo, que de sua localização na Via Dutra até Rio das Flores os pacientes terão que percorrer 100 quilômetros.

Muito ainda terá que ser explicado sobre os mais de R$ 100 milhões investidos na obra de um hospital, que certamente jamais alcançará o percentual de 50% de ocupação do megalomaníaco prédio.

FOTOS/divulgação