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Ex-assessor legislativo acusa Pedrinho ADL de praticar “rachadinha” na Câmara de Barra do Piraí
Jeff Castro
Após o arquivamento da denúncia sobre suposto uso indevido de verbas da Câmara de Vereadores de Barra do Piraí, no Sul Fluminense, para compra de passagens aéreas e pagamento de diárias em viagens para Brasília (DF), o vereador Pedro Fernando de Souza Alves, o Pedrinho ADL (Republicanos), enfrenta mais uma denúncia, desta vez feita pelo ex-assessor Maciel Benedito da Silva, que registrou Boletim de Ocorrência na 88ª DP (Barra do Piraí), acusando o vereador de, supostamente, desviar parte de seu salário mensal na prática conhecida como “rachadinha”.
Segundo relatos de Maciel Benedito, o vereador Pedrinho ADL, no dia do pagamento e em sua companhia, sacava no banco o valor depositado, repassava R$ 900 ao seu irmão e ficava com R$ 2 mil para custear curso universitário de uma sobrinha de Pedrinho.
Maciel Benedito da Silva, que tinha sido nomeado pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, afirmou, que trabalhava diretamente para Pedrinho ADL cumprindo determinações “extras” como pintar o gabinete do vereador de rosa.
O caso prossegue sendo investigado pela Polícia Civil e o vereador Pedrinho ADL ainda não se pronunciou.
A denúncia causou mal estar entre os vereadores e surgem rumores sobre abertura de Comissão Processante de Inquérito (CPI) no Legislativo.
RACHADINHA
Juristas entendem que a prática da “rachadinha” pode configurar crime de peculato ou concussão.
No caso de peculato, quando o desvio de parte do pagamento foi acordado entre as partes. Neste caso, a pessoa contratada também será responsabilizada criminalmente pelo conluio.
Concussão, quando a “rachadinha” é imposta pelo agente público por motivos diversos, dentre eles, coação através de ameaça de exoneração.
FOTO/reprodução - vereador Pedrinho ADL
ATUALIZAÇÃO: segunda-feira, 16, 9h18
Pedrinho ADL faz publicação sobre os casos nas redes sociais
"A palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro. Até agora suportei calado as acusações que vêm sendo maldosamente lançadas contra mim, confiando que a Justiça está ao meu lado, e que Deus protege os bons contra os maus. No entanto, devo satisfação aos meus eleitores e à população em geral, e diante das mentiras que não param de se multiplicar, sinto que chegou o momento de falar. As acusações que estou sofrendo são consequência de minha postura de independência perante o Prefeito. Desde 2021 venho divergindo de várias decisões que este senhor tem tomado em relação à nossa querida Barra do Piraí.
Em março de 2021, fiz uma emenda em um Projeto de Lei proposto pelo gabinete do Prefeito sobre o plano de cargos e salários dos servidores públicos municipais, com a intenção de melhorar os salários dos servidores e outros direitos. O Prefeito não gostou de ser contrariado e exigiu que eu retirasse a emenda. Como não fiz isso, nossa relação ficou estremecida, tendo o Sr. Prefeito inclusive me tratado de maneira muito áspera e rude, chegando mesmo a dizer através de uma conversa no WhatsApp que iria “me explodir” e que eu poderia aguardar. Tenho provas disso, e se necessário vou apresenta-las em minha defesa, já que estou sofrendo esta perversa perseguição.
Estas denúncias mentirosas que estão lançando sobre mim são parte de uma estratégia para me destruir politicamente, uma vez que nas eleições para Deputado Federal no ano passado, lancei candidatura própria apoiado pelo Presidente do Partido Republicanos e também por parte do Deputado Estadual André Corrêa. Tive um quantitativo considerável de votos. O Prefeito desejava que eu apoiasse seu pai, mas eu não devo nada ao Prefeito, e tenho meu próprio trabalho para oferecer à população. Porquê deveria apoiar um homem que sequer apresentou algum tipo de proposta? Tenho minhas próprias ideias: Se concordo com um Projeto, eu o apoio, se discordo, não! Um vereador, assim como o povo que representa, deve buscar independência e harmonia!
No caso do rapaz que pediu minha cassação, a perseguição fica muito clara: O rapaz que assina a denúncia sobre as tais compras de passagens aéreas não tem formação jurídica e nem teria acesso a documentos sem passar pelo trâmite normal da Câmara. Mas o texto é todo escrito em linguagem jurídica, embora nenhum advogado o assine. Por que será? Tenho um pouco de pena desse rapaz, pois está sendo usado para me atingir com uma denúncia mentirosa e isso tem consequências muito sérias.
No caso do Maciel, que foi assessor na Câmara no ano de 2013 por indicação do vereador Tostão, e que agora me acusa de “rachadinhas”, a história de perseguição é ainda mais assustadora. No último dia 29 de novembro, Maciel me ligou duas vezes, amedrontado, falando que uma mulher e um homem vinham lhe procurando oferecendo almoço e trabalho para ele e para uma amiga, em troca de me prejudicar. Tudo isso será apresentado à polícia, documentalmente, e a verdade logo virá à tona. Não dei mais detalhes antes, e nem darei agora, pois a investigação está sob sigilo. Mas a verdade virá à tona! Tenho como provar o que estou dizendo, e farei isso perante a Justiça.
Termino lançando uma pergunta a cada cidadão e cidadã que lê esse texto: Como é que um representante do povo, que precisa ser independente e fiscalizar os atos do Poder Executivo, pode ter seu mandato cassado por um suposto crime sem sequer ser investigado antes? Basta então desagradar o Sr. Prefeito que um vereador será bombardeado com acusações vindas de terceiras pessoas? E se for minoritário, poderá perder o Mandato? Como a Câmara poderá fazer seu trabalho de forma independente se viver sob a ameaça de denúncias obscuras?" - escreveu o vereador.
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