Esportes | PAPAGOIABA

Fernando Diniz: o refém da bola que não entra no gol
Fernando Diniz é um grande treinador e me fez ter prazer de assistir ao meu time de coração novamente. Porém, é difícil criticar a demissão de um técnico que perdeu para Goiás e CSA, e empatou com o Ceará, todos os jogos dentro de casa.
Há muito tempo, não vejo o Fluminense jogar um futebol tão vistoso quanto o de hoje. Sua filosofia de jogo me agrada e defendo que ela deveria se tornar permanente no clube, visando um trabalho em longo prazo. O futebol ofensivo e de toque de bola poderia ser ensinado desde a primeira camada da categoria de base, para que no futuro, o Fluminense seja conhecido como um time que jogue um bom futebol, ofensivamente, independente de condição financeira ou plantel estelar.
Porém, no futebol brasileiro, só isso não basta.
O Fluminense não consegue resultados expressivos dentro de campo. Segue com uma campanha pífia no Brasileirão, com uma das piores defesas do campeonato e um aproveitamento muito ruim como mandante. O tricolor cria, porém não consegue transformar as chances em gol. Pior do que isso, a exposição de sua defesa já está manjada pelos adversários e até o frágil CSA, que não havia marcado uma única vez como visitante na série A, conseguiu explorar essa gritante falha que Diniz não conseguiu corrigir.
Seu estilo de jogo é bonito e deveria ser replicado, porém, futebol pode ser jogado de diversas maneiras. É o esporte mais democrático que existe e se você não tiver outros planos e variações táticas, tende a fracassar.
Diniz paga o preço de ser refém de sua filosofia de futebol, quando às vezes, o que um time precisa (principalmente um elenco com bons jogadores, mas algumas limitações, como o do Flu) é do famoso “feijão-com-arroz”, para conseguir bons resultados.
Toda mudança deve ser implementada de forma suave, com variações, aos poucos, até que a torcida, elenco e dirigentes se acostumem. Obviamente, além disso, é preciso que a bola entre no gol... do adversário! Esse é o principal objetivo do futebol.
Vale a observação (e não é choro. É constatação) de que o Fluminense foi claramente prejudicado pela arbitragem em, pelo menos, duas derrotas dentro de casa contra times inferiores: CSA e Goiás. Nas duas, o VAR foi utilizado de forma equivocada, o que custaram seis pontos e uma carteira assinada de treinador.
Vida que segue. Sonho com a manutenção do estilo, como no Athlético do Paraná, que demitiu Diniz ano passado, mas manteve o auxiliar Tiago Nunes, que apenas corrigiu as falhas já citadas do treinador, mantendo o estilo de jogo. Resultado? Primeiro título internacional do rubro-negro paranaense, a mesma Copa Sulamericana que o Flu almeja alcançar.
Fica a dica. Porém, infelizmente acredito numa volta de Abel Braga ou de um treinador mais conservador. Nada contra o Abel, sou fã de sua história de suas conquistas no Fluminense, mas gostaria de ver “sangue novo”.
*Veja mais textos do Felipe Castro em sua coluna esportiva Na beirada do campo no jornal quinzenal Barra Notícias, nas bancas de Barra do Piraí
-
Categoria
Esportes -
Cliques
789 cliques
Inscrever-se
Denunciar
Meus comentários