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Cresce o consumo de metanfetamina entre pessoas dos grupos LGBTQIA+
Agentes da Polícia Civil prenderam, na quinta-feira, 24, em Copacabana, na Zona Sul carioca, Jonathan Soares e Saulo Mateus, acusados de tráfico de metanfetamina, droga sintética ilícita em crescimento no número de apreensões no Brasil. Esta é a segunda vez que a dupla é presa pelo mesmo delito em dois anos no badalado bairro do Rio de Janeiro.
Investigando denúncias relacionadas à intensa circulação de pessoas em um apartamento na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, agentes da 13ª DP (Ipanema) investigaram e obtiveram na Justiça um mandado de busca e apreensão para o imóvel, onde foram apreendidos material para endolação, frascos plásticos e pequenos envelopes plásticos, balança de precisão, cristais de metanfetamina avaliados em cerca de R$ 8 mil.
Segundos os agentes, a dupla vendia a droga através de internet, em aplicativos de relacionamento. Cada grama da metanfetamina é vendida pelo valor aproximado de R$ 500.
Após realização das formalidades legais, os presos foram encaminhados à audiência de custódia no Tribunal de Justiça.
DROGA JÁ É UM PROBLEMA NOS GRUPOS LGBTQIA+
Até pouco tempo atrás, falar de metanfetamina era algo que estava longe da realidade do brasileiro. A substância, que era vista como algo distante, chegou aos grandes centros urbanos do país e, segundo artigo publicado pelo UOL, na coluna Consultório LGBTQIA+, a droga já é um problema grave entre homens gays e bis. Segundo o psiquiatra Bruno Branquinho, que assina a publicação, é comum encontrar em qualquer app de encontros entre homens, pessoas indicando o uso da droga antes da relação sexual.
Trecho da coluna Consultório LGBTQIA+
“Os homens que me procuram no consultório têm diversas queixas, todas relacionadas ao efeito devastador que o uso da droga tem sobre suas vidas.
O que começa como um uso eventual, torna-se frequente e logo esses homens só conseguem fazer sexo sob o efeito da metanfetamina. O sexo sem a droga torna-se chato, sem graça, e cria-se uma dependência emocional relacionada à substância, seja para sentir o prazer imenso que ela proporciona ou pra conseguir se desinibir e realizar os fetiches e fantasias proporcionado por ela.
Com encontros sexuais que duram dias, são frequentes os casos de homens que ficam sob efeito da metanfetamina durante o fim de semana inteiro e só param na segunda-feira, quando têm que voltar ao trabalho. Dessa forma, abdicam de sua vida social, de relações de amizade, amorosas e familiares, para viverem o tempo fora do trabalho em função do uso da droga. E, com o passar do tempo, e o aumento do consumo, o trabalho começa também a ficar prejudicado, gerando faltas, perda de prazos e, muitas vezes, demissões.”
CONHEÇA A METANFETAMINA
Metanfetamina é uma droga sintética ilícita. Sua substância psicoativa de ação estimulante no sistema nervoso central dos usuários tem efeitos parecidos aos das anfetaminas, no entanto, bem mais potentes, assim como os da cocaína.
Conhecida como ice, tina, meth, cocaína de pobre, speed ou cristal, a metanfetamina é facilmente manipulada em laboratórios clandestinos, a partir de uma mistura de ácido clorídrico e substâncias presentes em medicamentos vendidos sem prescrição médica, como broncodilatadores e descongestionantes nasais (pseudoefedrina), ou mesmo com a própria efedrina. O uso Pervitin, medicamento a base de metanfetamina, foi banido em vários países, inclusive no Brasil.
A metanfetamina é encontrada e pode ser ingerida de diferentes formas: cristal – pode ser fumado (em cachimbos como o crack); pílulas – ingeridas via oral; pó – pode ser “cheirado” (como a cocaína), ou injetado (dissolvido em água ou mesmo em álcool).
Os efeitos da metanfetamina iniciam entre 3 e 5 minutos após uso via pulmonar (fumada ou “cheirada”) ou intravenosa. Se ingerida, os efeitos surgem entre 15 e 20 minutos. Um diferencial da metanfetamina em relação a outras drogas, como a cocaína e o crack, é a duração prolongada de seus efeitos, variando entre 4 a 8 horas (dependendo da forma como foi utilizada).
A ação da metanfetamina como estimulante do Sistema Nervoso Central se dá pela liberação de dopamina, noradrenalina e serotonina (neurotransmissores), sendo os efeitos mais comuns: euforia, diminuição do apetite, do sono e da fadiga, estado de alerta aumentado, alterações da libido e emoções intensificadas. O uso constante leva a rápida dependência e a necessidade de aumento das doses, devido à tolerância a sua ação.
O uso contínuo de metanfetamina leva o usuário a desenvolver distúrbios de humor, ansiedade, insônia e agressividade. Há a possibilidade de apresentar problemas de memória, sintomas de psicose e mudanças na função e estrutura cerebral (dano cerebral, caracterizado pela perda da matéria cinzenta e hipertrofia da matéria branca, entre outras). Outras consequências são: perda de peso e complicações odontológicas.
Elevação da temperatura corporal, aumento da pressão sanguínea, dor torácica, arritmias cardíacas e convulsões podem ser sintomas de overdose pelo uso de metanfetamina, e podem levar o usuário a óbito.
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